quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Descobrindo a Depressão


A primeira vez que ouvi falar dessa doença, não acreditei que fosse real. Ninguém na minha família havia desenvolvido isso, e por isso quando ouvíamos sobre esse assunto era motivo de piadas e risos. Mas isso não é característico dos meus parentes é comum a muitas pessoas. Quando eu era adolescente, a mãe de uma amiga minha tinha depressão, era estranho quando a menina dizia - hoje minha mãe não saiu do quarto, crise de depressão- No mesmo Instante pensei " que ridículo, que dramática". E por eu ser uma menina de igreja, todas as coisas ruins que podiam acontecer com alguém era porque não tinha Jesus no coração. Então pra mim Depressão era algo inaceitável para um cristão ter e claro uma piada.
Mas, eu estava enganada e a vida não poderia me ensinar de um jeito melhor senão colocando dentro da minha alma essa doença da mente, que não tem cura, nem remédio, apenas a eterna esperança de um dia desaparecer de mim. Hoje faz 8 anos que tenho vivido com a depressão, entre altos e baixos, consegui um equilíbrio razoável, dando um passo de cada vez, e sobrevivendo a cada dia. Mas, o auge da doença em mim surgiu a apenas dois anos atras, quando os sintomas se tornaram físicos.
Casada, com um bom emprego, bons amigos, ministério na Igreja, uma vida socialmente perfeita. De repente num dia como todos os outros, eu senti sintomas de asma, porque essa doença eu conhecia muito bem, desde criança sou asmática. Cheguei em casa depois de um dia de trabalho e corri pro nebulizador e a asma simplesmente não foi embora. Não consegui dormir com o peito apertado mas, no dia seguinte, eu estava melhor. e quando fui trabalhar, no caminho senti que meu coração estava batendo muito forte, numa simples caminhada, estava me incomodando muito, comecei a me sentir sufocada, sentei numa parada de ônibus  e esperei. Várias pessoas passavam e me olhavam, eu respirava forte, e muito rápido. Mas eu precisava trabalhar, foi a pior caminhada da minha vida, cada passo, parecia que eu carregava doze vezes o meu peso. E eu sabia que a qualquer momento eu iria desmaiar ou morrer.
Quando cheguei os sintomas sumiram. conversei com algumas amigas, cada uma deu seu diagnostico pessoal, me receitaram vários remédios e comecei o meu dia. Algumas horas depois, me senti enjoada, corri pra uma sala de descanso e me deitei, o ar simplesmente sumia, meu peito ficava cada vez mais apertado, meu corpo todo começou a tremer, meus dedos dos pés ficaram duros, e minhas mãos estavam dormentes. Fui levada à emergência, carregada, não conseguia andar, me colocaram numa cadeira de rodas, os médicos corriam, pra me salvar, fizeram uma bateria de exames: pressão, sangue, fezes, urina, coração, pulmão, radiografias. Eu estava simplesmente aterrorizada e ansiosa pelo resultado. Quando finalmente me chamaram depois de 6 horas numa sala tomando remédios na veia, me deram o diagnóstico:
- Clinicamente você está muito bem, em perfeitas condições, na verdade você teve uma crise de panico. Vou encaminha-la para um psicólogo.
Que? crise de panico? psicologo? Era impossível isso, eu senti muita dor no peito, tudo aquilo era muito real pra mim e simplesmente foi resumido a uma crise de panico?
Eu me lembro de ter ficado bem revoltada, chorei muito, mas, um dia é preciso parar de chorar e resolver a situação. Não foi rápido, mas, eu sabia por onde começar,
1 - nunca usar remédios para resolver uma questão da mente
2- Entender como surgiu a depressão,
3- Pesquisar a cura.
A depressão sem duvida, naquele momento estava instalada em mim, e agora eu precisava acreditar que isso era real.

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